Fotógrafos populares revelam histórias escondidas pela grande mídia

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Isabela Lanave do R.U.A Foto Coletivo

Pensar a fotografia como agente transformador da sociedade é o lema de muitos fotógrafos. Entre eles, Isabella Lanave, Amanda Souza, Leandro Taques e Joka Madruga. Os comunicadores da imagem participaram na manhã deste sábado (15) de uma roda de conversa sobre seus trabalhos. A atividade fez parte da programação do segundo dia do Curso Vito Giannotti de Comunicação Popular, em Curitiba.

Leandro Taques: contraposição à grande mídia é necessária

Leandro Taques: contraposição à grande mídia é necessária

Os relatos dos fotógrafos destacaram a necessidade de revelar histórias que estão escondidas em diversos cantos do mundo e que não são contadas pelas narrativas oficiais e da grande mídia. “Por meio da fotografia também podemos mostrar que é possível outro modelo de sociedade. As histórias de vida que narramos pela imagem revelam a luta de povos e comunidades que não têm destaque na grande mídia”, disse Taques.

Para Amanda Souza, a fotografia permite captar coisas que são perdidas durante o cotidiano. “Eu gosto de ver a foto como uma crônica, como uma porta de entrada para a alma da cidade. Como algo que permite que eu empreste meus olhos para que as pessoas olhem para o mundo e para as coisas que às vezes não observariam”.

Amanda Souza: Eu gosto de ver a foto como uma crônica, como uma porta de entrada para a alma da cidade

Amanda Souza: Eu gosto de ver a foto como uma crônica, como uma porta de entrada para a alma da cidade

A jovem fotógrafa disse ainda que a função social da fotografia vai além de ilustrar outras realidades – ela também deve ser usada como ferramenta empoderadora. Para ela, mobilizar os envolvidos nas realidades retratadas é a forma mais ética de fazer fotografia. “A gente tem que levar a fotografia para dentro da comunidade, e capacitar essas pessoas. Eles conhecem a própria realidade mais do que ninguém”, apontou a fotografa.

Isabela Lavane contou que conheceu a fotografia ativista no curso de jornalismo, durante as aulas do então professor, e hoje colega, Leandro Taques. Integrante do R.U.A. Foto Coletivo (Registro Urbano Autoral), ela afirma que o esforço de seu trabalho é para revelar a emoção e o sentimento das pessoas que fotografa. “É legal quando a gente faz com que a fotografia tenha vida. O nosso coletivo quer isso, humanizar as pessoas através da fotografia, fazer com que elas não sejam só números”.

O fotógrafo Joka Madruga, apresentou o projeto “Águas Para Vida”, que surgiu  em 2013 após o convite feito pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) para conhecer a região de Altamira, no Pará. “A construção de hidrelétricas hoje no Brasil é uma grande violação dos direitos humanos”, afirmou.

Joka: As mídias tradicionais vão lá, mas não conhecem a realidade das comunidades, nem conseguem traduzir o que se passa

Joka: As mídias tradicionais vão lá, mas não conhecem a realidade das comunidades, nem conseguem traduzir o que se passa

Contextualizando a situação dos moradores da região onde está sendo construída a usina hidrelétrica Belo Monte, Joka destaca a necessidade de que se debata fotografia como potencial transformador da sociedade. “As mídias tradicionais vão lá, mas não conhecem a realidade das comunidades, nem conseguem traduzir o que se passa”, denunciou.

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